Moradia

Condomínio mais caro que a prestação do mês

Moradores do PAR Estrela Gaúcha reclamam do reajuste das taxas, que ultrapassam o valor cobrado pela Caixa na parcela do imóvel

Jô Folha -

A aposentada Carmen Lúcia de Godoy tem 60 anos e vive sozinha num apartamento de 33 metros quadrados, com sala e cozinha conjugada, um banheiro e dois quartos.

A moradia fica no Residencial Estrela Gaúcha, no bairro Fragata, Zona Oeste de Pelotas, construído através do extinto Programa de Arrendamento Residencial (PAR) da Caixa Econômica Federal. No começo do ano, um reajuste elevou o valor do condomínio de R$ 139,00 para R$ 187,00. O valor pesou no bolso da aposentada, que vive com salário mínimo, e no de outras 300 famílias que moram no local. A parcela agora é maior do que a prestação dos imóveis, atualmente em R$ 174,00. Alguns moradores já pensam em se mudar do residencial.

Criado para atender à necessidade de moradia da população com renda de até R$ 1,8 mil, o PAR hoje deu lugar ao Minha Casa, Minha Vida, entretanto, segue sob a coordenação da Caixa.

O Estrela Gaúcha começou a ser entregue em maio 2007. Na época, as parcelas eram de R$ 150,00. Com 300 apartamentos, o condomínio conta com salão de festas, estacionamento a céu aberto e porteiro. Quando lançadas, as unidades custavam cerca de R$ 29 mil cada, conforme a Caixa. Hoje o apartamento é comercializado em uma imbobiliária por R$ 133 mil.

Difícil bancar
Adriana Duarte, 46, está desempregada há pouco mais de um ano. Com uma ata em mãos, ela mostra a decisão tomada pelos moradores de não aceitarem o valor nem a empresa administradora do condomínio. Adriana conta que ainda consegue pagar as contas devido ao auxílio do namorado. Ela deve encaminhar um pedido de auditoria para a Caixa através da Defensoria Pública. “Em novembro abri um protocolo na Caixa, mas até hoje não me responderam nada.”

Ainda de acordo com Adriana, também em reunião de condomínio ficou registrado o descontentamento com empresas que prestam serviço de portaria, limpeza e jardinagem do local. Os moradores chegaram a apresentar orçamento de outras empresas que prestam o serviço, na tentativa de reduzir o valor final de condomínio.

O que diz a Caixa
Através de e-mail, a Caixa Federal explica que as administradoras de condomínios do PAR são escolhidas através de credenciamento público e pelo crivo de exigências do edital. No mesmo documento, informa que o valor “é calculado com base nas despesas orçadas e constantes na previsão do ano corrente, divididos pelo número de unidades”. Outro questionamento dos moradores diz respeito à falta de clareza na cobrança de taxas, como a da água. Segundo o banco, as informações são resumidas e é obrigação da administradora listar as despesas na prestação de contas.

As reuniões realizadas por moradores devem atender a convenção de condomínio e considerar o número de votantes. Segundo a Caixa, as demandas são encaminhadas para áreas competentes para análise.

Questionado sobre as providências em relação às reclamações, o banco alegou que não há justificativa técnica ou legal para os apontamentos.

A imobiliária administradora do condomínio não comentou o assunto. Disse não ter autorização da Caixa para falar a respeito.

 

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